A Geopolítica do Turismo em Timor-Leste: diálogos sobre diversificação econômica e autodeterminação

Ricardo Devides Oliveira Centro de Ciências Humanas e da Educação - Universidade do Estado de Santa Catarina (FAED-UDESC), BRASIL; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), BRASIL

Desde 1999, no contexto da transição para independência, que Timor-Leste demonstrou preocupação com a atividade turística, ao inserir o tema nas plataformas políticas da CNRT e FRETILIN. 20 anos depois, após uma sucessão de governos , acúmulos de discursos e produção de dezenas de documentos oficiais e não-oficiais, o turismo mantém seu lugar secundarizado na política econômica: irrisório investimento, ausência de planejamento e desenvolvimento territorial a nível local, além das inúmeras limitações de ordem geográfica e geoeconômica se observadas em escala regional e global. Portanto, cabe perguntar se o discurso consistente da importância do turismo para o futuro de Timor-Leste é estratégico diante da hegemonia da exploração do petróleo e as bilionárias receitas organizadas em torno do Fundo Petrolífero? Mesmo com as variações e instabilidades do setor intensificadas pela pandemia da Covid-19, até que ponto o desenvolvimento do Turismo na ilha extrapola o discurso político? Utilizando-se do arcabouço teórico-metodológico e conceitual da Geografia Política/Geopolítica, articuladas a Análise de Discurso, o objetivo desta comunicação é problematizar uma outra perspectiva para a questão da diversificação econômica e do real alcance da autodeterminação do país enquanto território pós-colonial.