As Paisagens do Sândalo de Timor Leste – perspetivas de Ruy Cinatti (1950-1970)
Lisete Maria da Silva Fortunato Faculdade de Letras - Universidade do Porto (FL-UP)
Feita uma breve revisão do estado da historiografia sobre Timor, verifica-se uma lacuna sobre este tópico, apesar de muitos estudos abordarem as temáticas da economia, identidade e política, há uma necessidade de uma abertura científica para um novo objeto de estudo e para as problemáticas a ele inerentes, perspetivando esse conhecimento também para as gerações futuras.
Da mesma forma os períodos históricos em estudo incidem, fundamentalmente, no período de ocupação indonésia (1975-1999), ou remetendo para o séc. XVI e XVII, não havendo ainda uma atenção para o período da comunicação proposta.
Seriam as Missões de Investigação Científica, que decorreram entre a década de 50 e 70, que marcariam a História da evolução da paisagem florestal e das possíveis mudanças ambientais do país, sendo um importante elemento de análise para uma melhor compreensão comparativa com a realidade atual.
O sândalo representa para os timorenses uma planta emblemática de valor nacional, com uma conexão cultural de teor animista - árvore lulik (sagrada) - estando por isso protegida, sendo proibido o seu corte, extração e comercialização, por parte das instituições públicas e das pessoas singulares e coletivas, tal como indica a resolução do governo n.o 8 e 9, de 2015.
Esta representação e identidade é-nos também sugerida por ter sido decretado o dia 13 de janeiro como o Dia Nacional do Sândalo e das Florestas, reconhecendo assim o governo e o país o papel do ambiente, das florestas e, em particular, do sândalo no papel do futuro de Timor Leste e a sua importância para a preservação da biodiversidade no país.