Uma Lulik e escola: diálogos entre educação e “a whole way of life
Rosiete Costa de Sousa Programa de Pós-Graduação em Educação - Faculdade de Educação - Universidade Federal da Bahia (PPGE-FACED-UFBA), BRASIL
Roberto Sidnei Macedo Faculdade de Educação - Universidade Federal da Bahia (FACED-UFBA), BRASIL; Grupo de Pesquisa FORMACCE (FORMACCE), BRASIL
Vicente Paulino Programa de Pós-Graduação e Pesquisa - Universidade Nacional Timor-Lorosa’e (PPGP-UNTL), TIMOR-LESTE; Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais - Universidade Aberta (CEMRI-UAb), PORTUGAL
Diante da pandemia causada por um vírus que ameaça a vida do ser humano na terra, gerando uma crise mundial sem precedentes para a nossa geração, que obrigou e tem obrigado boa parte de nós, de canto a canto do nosso planeta, a ficar em casa, a pesquisa que estamos realizando, que investiga diálogos possíveis entre escola e uma lulik, parece-nos ainda mais necessária para os nossos tempos, podendo trazer uma contribuição não somente para a educação de Timor-Leste, mas também a possibilidade de propor elementos para reflexões em torno de nossas existências e modos de vida desenvolvidos e em desenvolvimento e suas relações com a Natureza. Temos como pressuposto básico a ideia de que a uma lulik nos permite ver a cultura nos termos em que a concebeu Raymond Williams, como “a whole way of life” (apud PAULINO, 2012, p. 11). Temos em consideração também, de partida, que a uma lulik representa uma cosmologia e “personifica” a ancestralidade do grupo que representa (FOX apud PAULINO, 2012, p. 30). Este trabalho tem o objetivo de apresentar elementos iniciais fundantes da nossa pesquisa em currículo e formação no Timor-Leste. Perguntando sobre o diálogo possível entre escola e uma lulik, sobre como fazer para construir este diálogo e sobre como ele pode ser constitutivo de currículo e formação, chegamos aos três referenciais teórico-metodológico-epistemológicos centrais desta investigação: a etnometodologia, a ecologia de saberes e a abordagem auto-hetero-biográfica, explicitando, assim, um posicionamento multirreferencial (Jacques Ardoino, 1966) em ciência e em educação.