Timorense homem como “eu” numa hermenêutica cinattiana
Irta Sequeira Baris de Araújo Universidade Aberta (UAb), PORTUGAL; Departamento de Ensino da Língua Tétum - Faculdade de Educação, Artes e Humanidades - Universidade Nacional Timor-Lorosa'e (DELT-FEAH-UNTL), TIMOR-LESTE
Ruy Cinatti foi um engenheiro silvicultor que se encantou pelas paisagens timorenses. Percorreu Timor de lés-a-lés, recolhendo plantas e descrevendo-as a partir de vocabulários locais. Ele conviveu com a população e pelo seu interesse a respeito dos usos e costumes nativos, estudou antropologia e, ainda, celebrou um pacto de sangue, de modo a reforçar os laços entre ele, um malae (estrangeiro), e os timorenses. Ruy Cinatti, em seus trajectos de viagem ao interior da ilha, percebeu que, afinal, os timorenses são homens como ele. Ele construiu uma memória inesquecível de todos esses percursos por meio de pequenos relatos que actualmente se encontram registados em suas famosas obras, como Um Cancioneiro Timorense, Arquitectura Timorense, Paisagem Timorense com Vultos, entre outras. É nesse sentido que procuramos revisitar alguns trajectos de Ruy Cinatti por Timor com uma atenção em particular para as relações que desenvolveu com a gente e os costumes locais.